SOBRE O EVENTO

IV SIMEGER

O IV Simpósio Internacional Metropolização do Espaço, Gestão Territorial e Relação Urbano-Rural, através da associação entre o Núcleo de Estudos e Pesquisa em Espaço e Metropolização - NEPEM - (PUC-Rio), o Grupo de Estudos Rurais e Urbanos - URAIS - (PUC-Rio) e o Grupo de Estudos e Pesquisa em Produção do Espaço, Trabalho e Gênero - LABORES - (PUC-Rio), tem por objetivo debater como o surgimento de novos valores articulados ao tecido urbano, juntamente com novos sistemas de produção e novas realidades de mercado, contribuíram para a reconfiguração das cidades, da gestão territorial e da relação urbano-rural. Para tanto, objetivamos trazer ao debate os grupos sociais envolvidos no processo, suas ações, reações e interações.

Nesta quarta edição do simpósio trazemos como eixo principal do debate a necessária associação entre a produção do espaço, a emancipação social, o comum e a verdadeira democracia, que acreditamos serem fundamentais para a construção de um mundo com mais justiça social.

A cidade é a materialização de um momento histórico. O espaço torna-se cada vez mais o meio de reprodução das relações sociais; sendo hierarquizado, objeto de investimentos públicos e privados, reserva de valor ou mesmo deixado ao acaso e abandonado. Talvez a grande batalha deva centrar-se na necessidade de romper com a ocultação e buscar desvelar essa dominação do espaço. No atual momento do capitalismo mundial, o movimento da reprodução aponta para a superação da hegemonia do capital industrial pelo capital financeiro, levando ao acirramento do processo de produção desigual do espaço.

Vivemos, agora, um momento marcado pela desconcentração do setor produtivo tradicional, pelo desenvolvimento de novos ramos da economia e pela centralização do capital na metrópole. Além disso, observamos a conformação de uma cidade difusa, que se expande desmesuradamente, dando novos conteúdos às antigas áreas rurais.

Se o fenômeno urbano tomou o planeta, se vivemos uma sociedade urbana (e não nos referimos apenas ao domínio edificado, mas o conjunto das manifestações do predomínio da cidade sobre o campo), atualmente experimentamos um processo de metropolização do espaço; ou seja, trata-se da transcendência das características metropolitanas a todo o espaço. Nesse sentido, grandes mudanças podem ser observadas, tais como: crescimento e intensificação dos fluxos imateriais, de pessoas e de mercadorias; cada vez maior utilização de tecnologias de informação e comunicação; e grande variedade de atividades econômicas com maior concentração de serviços de ordem superior.

O processo de metropolização imprime características metropolitanas ao espaço, trata-se da alteração das estruturas pré-existentes, sendo esses espaços metrópoles ou não. Há, também, a incorporação de uma dimensão cultural. A esfera do consumo ganha proporções nunca antes imaginadas, provocando uma alteração profunda da cultura mercantil, que atinge todas as esferas da vida. Os hábitos culturais e os valores urbanos típicos da metrópole se difundem para além dela, chegando às pequenas e médias cidades.

A intensificação da capitalização do campo e a diversificação das atividades que lá se realizam, associadas ao desenvolvimento das tecnologias de comunicação e informação, e também dos transportes aproximaram ainda mais as relações urbano-rurais.

O espaço é o lugar da reprodução das relações sociais de produção e não apenas dos meios de produção, destarte percebemos o espaço como mercadoria. Porém, se o espaço é o lugar da reprodução, é também lugar da contestação, do encontro, da rebeldia, lugar da ação. E aqui estamos diante de grandes tensões, contradições; ou seja, se é no espaço da vida cotidiana que percebemos e vivemos o dia-a-dia, é nele também que os especialistas concebem seus projetos e os põem em curso à revelia dos habitantes do lugar. Muitas vezes, aqueles que vivem na cidade acabam por perceber e viver a partir da total naturalização de tudo, da banalização da miséria, da desigualdade. Por outro lado, há também aqueles atores sociais que, a partir da indignação, procuram formas de lutar contra o estado de coisas atual; as estratégias de suas práticas espaciais são fundamentais, posto que percebem que a produção do espaço é também instrumento de reprodução das relações sociais. Referimo-nos à luta pela necessária emancipação social, pela verdadeira democracia e pela construção do comum.

O cotidiano, embora muitas vezes banalizado, já que se expressa por sua miséria e riqueza a partir de eventos triviais, caracteriza-se como a mediação entre a repetição e a criação, entre a alienação e a liberdade, como a clara explicitação da imbricação entre espaço e tempo. As inúmeras possibilidades de apropriação do cotidiano resultam da vivência, da experiência vivida, e têm grande potencial criador, possibilitando a formação e permanência de resistências. Portanto, quando através da apropriação do espaço da cidade reconstruímos a cotidianidade, é possível pensarmos na formação de movimentos que lutem pela emancipação e pela sua transformação.


Coordenação e Comissão Organizadora

Prof. Dr. Alvaro Ferreira - PUC-Rio / UERJ (Coordenação Geral)

Prof. Dr. João Rua - PUC-Rio

Prof. Dra. Regina Célia de Mattos - PUC-Rio


Comissão Científica

Prof. Horacio Capel (Universitat de Barcelona)

Profa. Dra. Ana Fani Alessandri Carlos (USP)

Prof. Dr. João Ferrão (Universidade de Lisboa)

Prof. Dr. Jorge Luís Barbosa (UFF)

Prof. Dr. José Borzacchiello da Silva (UFC/PUC-Rio)

Prof. Dr. Márcio Piñon de Oliveira (UFF)

Profa. Dra. Maria Encarnação Sposito (UNESP-PP)

Profa. Dra. Maria Laura Silveira (CONICET)

Profa. Dra. Mercedes Tatjer (Universitat de Barcelona)

Prof. Dr. Oriol Nel.lo (Universitat Autónoma de Barcelona)

Prof. Dr. Paulo César Xavier Pereira (USP)

Prof. Dr. Rodrigo Hidalgo (PUC-Chile)

Prof. Dr. Rogério Haesbaert (UFF)

Profa. Dra. Sandra Lencioni (USP/PUC-Rio)


Apoio:

Coordenação Central de Pós-Graduação da PUC-Rio (CCPG)

Programa de Pós-Graduação em Geografia da PUC-Rio

Decanato do Centro de Ciências Sociais da PUC-Rio


Colaboração: 

LABORES - Grupo de Estudos e Pesquisa em Produção do Espaço, Trabalho e Gênero (PUC-Rio)

NEPEM - Núcleo de Estudos e Pesquisa em Espaço e Metropolização (PUC-Rio)

PET GEO - Programa de Educação Tutorial em Geografia (PUC-Rio)

URAIS - Grupo de Estudos Rurais e Urbanos (PUC-Rio)

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